Memorial
1 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 10 x 10cm
Memorial
4 - Reprografia s/aço e poliéster - 30 x 30 x 6cm
Memorial
6 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 10 x 10cm
Memorial
8 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 10 x 10cm
Memorial
10 - Reprografia s/ poliéster e vidro - 14 x 9 x 9cm
Memorial
12 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Memorial
14 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Memorial
16 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Memorial
18 - Reprografia s/ poliéster e vidro - 14 x 9 x 9cm
Memorial
20 - Reprografia s/aço e poliéster - 30 x 30 x 6cm
Memorial
22 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 50 x 6cm
Arquelogia
da Memoria - Catálogo
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Memorial
2 - Reprografia s/aço e poliéster - 40 x 28 x 21cm
Memorial
3 - Reprografia s/aço e poliéster - 61 x 13
x 6cm
Memorial
5 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Memorial
7 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Memorial
9 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Memorial
11 - Reprografia s/ poliéster e vidro - 18 x 6 x 6cm
Memorial
13 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Memorial
15 - Reprografia s/aço e poliéster - 30 x 30 x 6cm
Memorial
17 - Porcelana e vidro - 14 x 9 x 9cm
Memorial
19 - Reprografia s/aço e poliéster - 61 x 13 x 6cm
Memorial
21 - Reprografia s/aço e poliéster - 28 x 21 x 6cm
Arqueologia
da memória
Por WALDO BRAVO - 2002
Vivemos num momento de profundas transformações no território
da arte e a gravura reflete com clareza esse momento.
Até poucas décadas atrás, os artistas basicamente utilizavam
5 procedimentos: gravura em metal, litografia, xilogravura,
serigrafia e linóleo. Hoje, os artistas-gravadores têm
a sua disposição um amplo leque técnico com mais de 50
procedimentos.
Essa evolução e crescimento tem sido possível graças as
experimentações e pesquisas de alguns artistas que procuram
respostas as suas necessidades, fazendo cruzamentos múltiplos,
procurando rupturas, superando limitações e gerando acima
de tudo uma enorme diversidade.
A gravura através do tempo já sobreviveu a algumas revoluções
estéticas, atualmente enfrenta a revolução tecnológica,
porém, em vez de ser sufocada pela tecnologia e por seus
múltiplos procedimentos para processar a imagem, a gravura
une-se a ela, incorporando com muita força a poderosa e
generosa tecnologia dessas novas mídias.
Uma boa parte dos procedimentos atuais na arte, caracterizam-se
pelo seu perfil múltiplo, “pós-tudo” e “mix-tudo”. A emancipação
da gravura traz novas relações, mais abertas e sem fronteiras,
com resultados híbridos e “contaminados”, frutos desses
procedimentos interdisciplinares e de multimeios, nos quais
fundem-se procedimentos tradicionais com novos.
Gravuras criadas a partir de plataforma digital (arquivo-matriz)
circulando em disquete, Cd-Rom, na rede da Internet (Web-art,
Ciberarte, Net Art) surpreendem pela sua rapidez, agilidade,
versatilidade e poder de materialização.
Nos procedimentos tradicionais como o metal, lito ou xilo,
as matrizes se desgastam ao tirar as cópias; quanto mais
cópias, maior o desgaste da matriz, e com isso temos perda
de detalhes e de qualidade. Já no suporte-matriz digital
(numérico - vetorial) não existe nenhum tipo de perda nas
cópias; digitalmente um número é sempre igual a outro número
e isso permite infinitas cópias idênticas das nossas imagens.
Alem disso, a matriz digital, ao contrário da matriz convencional,
pode transferir seu conteúdo para diversos suportes e com
diversos tamanhos. Essa obra digital pode materializar-se
e usar como suporte a tela de um monitor de computador,
na Internet, numa enorme projeção digital num telão ou
parede, num suporte sintético de qualquer tamanho desejado
(vinil, poliéster, acrílico, etc.), numa tela, num papel,
etc.: arte, ciência e tecnologia de mãos dadas!
Eu, particularmente, tenho grande interesse pelo campo
experimental, porque nesse território a nossa relação com
o tempo e com as nossas verdades sintoniza-se, atualiza-se,
recicla-se, e acima de tudo, exercita-se diariamente o
divino contato com a liberdade.
Utilizo a experimentação e o trabalho investigativo como
ferramenta de evolução e crescimento. Não tenho interesse
por rótulos nem tendências.
A produção serial, as gravuras e os múltiplos da presente
exposição, são o resultado da utilização de linguagens
e mídias integradas em procedimentos gráficos multidisciplinares
de intervenção e manipulação de imagens, tendo como suportes-base
os processos reprográficos e digitais, incluindo fotografia,
processos fotomecânicos, mix-tipias, intervenção digital,
intervenções mono-reprográficas, assemblagem, objeto, e
técnicas mistas sobre imagens.
Os procedimentos que utilizo nesses trabalhos decorem sobre
o tempo na medida em que obras antigas são revisitadas
no presente, fazendo fusões de momentos diversos, gerando
diálogos de um tempo circular. São trabalhos que exploram
as fronteiras da memória e da temporalidade, criações que
se alimentam da minha história e das minhas referências
temporais. Essas retomadas me permitem o adensamento das
minhas presentes poéticas.
As imagens inseridas - umas sobre outras - como interferências
aleatórias e casuais de objetos vulgares e cotidianos,
constroem uma narrativa de choque visual. Essas interferências
de intromissão radical, e de invasão territorial, provocam
novas leituras dos espaços ocupados pelo olhar, exigindo
uma sensibilidade visual, um olhar mais consciente e atento,
um diálogo capaz de transformar a imagem através de uma
apreciação mais ampla e profunda. Integrando assim, imagem
e espectador, e provocando revelações mútuas na conscientização
dos limites visuais e das barreiras à percepção consciente.
As imagens sobrepostas que utilizo, não podem ser grandes
para não virarem figura principal, nem muito pequenas para
não virarem um detalhe insignificante. Não me interessa
a imagem, como figura principal, e sim como contraponto
de estranhamento entre uma imagem e outra, onde não existe
a tradicional figura principal. O resultado é uma ambígua
relação entre aquilo que é figura e aquilo que é fundo.
Algumas obras são uma espécie de gravura tridimensional,
onde um espaço de alguns centímetros é inserido e incorporado
entre as imagens criando um intervalo de memória temporal.
Nesse caso, as imagens são reproduzidas em fachadas transparentes
(memoriais), que ao mesmo tempo, escondem e revelam o segundo
plano. Dependendo do ponto de vista do espectador, através
dos planos de contemplação, obtém-se imagens mutáveis e
transitórias.
A relação com as visualidades multidisciplinares no campo
da gravura atual, solicita adequações e adaptações muito
precisas, frente ao novo que questiona e provoca.
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